segunda-feira, 23 de maio de 2016

OUTONO

3/03/2009
Idalo Spatz

OUTONO
Estação que simboliza o aparecimento do Yin acalmando o Yang. O calor ameniza e a brisa do outono se inicia, a torna uma estação bela e agradável.
Época dos frutos maduros e das folhas a formar um lindo tapete aos nossos pés.
Reparamos que o pulmão é o órgão em evidência, logo a tristeza, a melancolia e a depressão
podem se manifestar com mais intensidade, é hora de praticar exercícios respiratórios para fortalecer o pulmão e evitar alimentos picantes como
pimentas, azeitonas, picles, gengibre, nabo e condimentos, pois o intestino grosso tende a ficar mais sensível e as diarréias e constipações podem
aparecer com mais freqüência. Erupções na pele e espinhas completam as surpresas desagradáveis desta estação.
Dicas finais: cultive a alegria, a compreensão e o gosto pela vida.
Saúde e Paz.

O CICLO REPRODUTIVO DAS GATAS

23/03/2009
Dra. RACHEL BORGES RIBEIRO

O aparelho sexual da gata é composto de ligamento suspensor do ovário, tuba uterina, ovários, corno uterino, corpo do útero, cervix, vagina e vulva. Mesmo com grande semelhança aos primatas não ocorre o típico sangramento em determinado momento do ciclo reprodutivo, por isto para identificarmos o cio dos felinos há necessidade de conhecer sobre o comportamento, nesta fase a gata urina diversas vezes, arqueia o dorso e desvia a cauda ao ser tocada, mia intensamente e esfrega-se por todos os lugares. Gatas são animais poliéstricos estacionais, (poliéstrica) porque em seu período reprodutivo apresenta vários cios e (estacional) onde sua atividade sexual anual não é contínua. A fase de reprodução está relacionada à duração da iluminação normalmente entre janeiro e outubro ocorrem diversos períodos, por isto no interior de apartamentos as gatas podem apresentar cio constante.
Geralmente o primeiro cio é quando a gata atinge os sete meses com um peso de 2,3 a 2,5 Kg, as raças de pêlo longo costumam a ter o cio mais tarde. Não é indicado fêmeas cruzarem no primeiro cio, o ideal é por volta dos 16 a 18 meses. O ciclo reprodutivo segue até 13 anos, sendo que ao passar do tempo a numeração das ninhadas diminui. O ciclo reprodutivo da gata dura de 14 a 28 dias, com intervalos de seis semanas, sendo dividido em quatro fases distintas: o proestro possui duração de 1 a 4 dias, é a fase que ocorre a maturação folicular. No estro (cio) a duração varia de 4 a 10 dias, a gata possui ovulação induzida, ou seja só ovula quando cruza com o macho que estimula a liberação do LH e não ocorrendo o cruzamento a gata volta ao proestro após 21 dias.
Ocorrendo o cruzamento a gata entra na fase de metaestro quando a ovulação segue para gestação durando de 63 a 68 dias, cuidados devem ser observados se o macho cruzar e for estéril, pois a gata pode apresentar uma pseudo-gestação e esta evoluir para quadros patológicos.
Finalizando o ciclo o anestro é considerado o período de descanso entre cios, variando de acordo com o ambiente.
Gatas possuem alteração em sua fertilidade quando apresentam problemas hormonais, obesidade, infecções variadas e stress, porém um ultrassom e uma citologia vaginal podem ser realizados, para identificar se está ocorrendo cio adequado. Em caso de alterações comportamentais e infertilidade é necessário procurar um Médico Veterinário imediatamente. Se o dono da gata preferir não reproduzi-la a recomendação seria a castração a partir de cinco meses.

ALIMENTAÇÃO INADEQUADA E SUAS CONSEQUÊNCIAS EM ANIMAIS

08/03/2009
Desconhecido

O acontecimento mais comum é a troca de ração entre espécies. Este fato pode provocar distúrbios gastrointestinais a curto e médio prazos, e danos renais e hepáticos a médio e longo prazos, geralmente irreversíveis. Por exemplo, muitas vezes vemos que cães têm verdadeiro apreço por ração felina. A razão disso é que o gato possui um paladar mais apurado, obrigando que a ração seja mais saborosa. Mas há um pequeno porém: a ração de gato possui uma substância que é indispensável a esse animal, a taurina. Essa proteína está presente na ração pois o gato não é capaz de sintetizá-la, e tem importante papel no metabolismo felino. A falta dessa proteína, a médio e longo prazos, provoca degeneração de retina e cardiomiopatia.
A taurina é dispensável na nutrição canina, sendo que a presença em excesso desse nutriente (e entenda-se por excesso simplesmente a quantidade presente na ração felina) provoca disfunções nutricionais e metabólicas no cão.
Outro fato comum, ainda nesse quesito, é o oferecimento de ração canina ou felina a iguanas. Muitas pessoas justificam esse fato dizendo que o iguana, em sua fase juvenil, precisa ingerir proteína animal... Bem, há uma grande diferença entre a proteína animal contida num inseto e a proteína animal contida numa ração canina ou felina, tanto em termos de quantidade e tipo de proteínas, quanto à diferença nos demais componentes (vitaminas, minerais etc.).
A ração é um alimento relativamente novo. Há duas décadas era bastante raro ouvirmos falar em ração, e somente as famílias mais abonadas se utilizavam dessa "praticidade". Atualmente, há no mercado rações bastante acessíveis, muitas das quais bem satisfatórias em termos nutricionais.
Podemos pensar: "se na Natureza os animais não possuem ração, e se antigamente nossos avós e bisavós davam comida caseira aos animais e estes eram saudáveis, por que devo utilizar ração?"
Alguns Médicos Veterinários recomendam a comida caseira a alguns animais, mas em casos em que estes não se adaptam a nenhum tipo de ração que o proprietário possa adquirir.
Temos que considerar que, em ambiente selvagem, os animais têm acesso a mais variada gama alimentar, seja vegetal ou animal. Isso garante um equilíbrio, tanto em termos de quantidade como em qualidade. Em cativeiro, esse acesso fica restrito, o que provoca distúrbios nutricionais. Por mais tempo que viva um cão que só se alimenta de polenta, sua saúde não se equivalerá a de um cão da mesma idade que só tenha se alimentado de ração.
Em muitos casos opta-se por dar comida caseira, principalmente ao cão, por este não aceitar a ração. Ao consultar um Médico Veterinário, este passa um verdadeiro "menu" diário: frutas, legumes, verduras, tubérculos, raízes, grãos etc. etc.. Percebemos que, além do grande trabalho em preparar isso, o gasto não fica por menos do equivalente de uma boa ração.
Outro motivo para algumas pessoas optarem por alimento caseiro é a dificuldade em adaptar o animal à ração. Há casos em que, realmente, o organismo do animal não se adapta a nenhuma ração. Porém, na imensa maioria dos casos, nota-se certa negligência do proprietário. Com um pouco de disciplina e insistência, qualquer animal passa a comer ração, independente da idade.

ARTE E MEDITAÇÃO

05/03/2009
PEDRO TORNAGHI

O que têm em comum criatividade e meditação? O essencial, ambas levam ao mesmo destino: tornam o homem livre do medo. Diz-se na Índia que entre os ocidentais, os artistas sempre foram os que mais se aproximaram da experiência meditativa. O exercício da criatividade e da sensibilidade têm sido os responsáveis por essa proximidade. Talvez a arte seja o caminho mais natural para nós do ocidente e, certamente, é um dos mais libertadores.
No entanto, embora a experiência meditativa e o momento de inspiração e criação do artista sejam extremamente próximos, há algumas diferenças.
Muitos dos mais influentes artistas tiveram o ápice de sua criatividade junto à evolução de sua loucura e de suas alucinações. Já a meditação, ao contrário, tem ajudado a muitos a saírem do estado de demência e não costuma levar a ele. As duas exploram o mesmo território, mas na meditação a pessoa costuma voltar inteira dessa viagem.
O poeta pode criar poesias extraordinárias sem necessariamente se transformar como pessoa e sem abrir mão de seus velhos condicionamentos ou hábitos, por vezes mesquinhos, o pintor pode pintar suas obras-primas enquanto cultiva sua loucura. Já o meditante, experimenta o jorro da criatividade sempre aliado à lucidez e à clareza de percepção.
Enquanto a arte muitas vezes abre as portas do inconsciente sem fornecer o fio de Ariadne, fazendo com que artistas como Borges, Artaud e Van Gogh se percam nos infindáveis labirintos da subjetividade, a meditação organiza a psique, revelando uma bússola interna, um sentido de orientação, um sentimento do seu propósito original, que permite mergulhar no oceano do universo interior sem que a pessoa se torne escrava de conteúdos não estruturados do inconsciente. Ela mergulha no inconsciente para se libertar e nunca para se escravizar.
Um artista que experimente meditações vinculadas ao exercício da criatividade não só estará mais próximo da fonte criativa e com mais recursos para sua obra artística, como experimentará sua inventividade mais fecunda em pleno estado de sanidade.
A criatividade e percepção artística se manifestam no hemisfério direito de nossos cérebros, enquanto a linguagem verbal é regida pelo esquerdo. Como vivemos numa sociedade onde a mente e a linguagem verbal são sobre-valorizadas, o lado esquerdo de nossos cérebros costuma ser dominante em detrimento do direito, que não se desenvolve como deveria e não contribui com todo o seu potencial para o nosso melhor viver.
Assim como nossa cabeça, o planeta também tem dois hemisférios: o oriental e o ocidental. O oriental se parece com o hemisfério direito do cérebro, procurando ver as coisas de maneira global e holística. O ocidental se identifica com a maneira de ver do lado esquerdo do cérebro, que costuma substituir a experiência direta pelos clichês da linguagem, tentando analisar intelectualmente a experiência. Quando pintamos ou desenvolvemos a sensibilidade artística de qualquer outra maneira, ativamos a polaridade direita do cérebro, equilibrando, nossa tendência racional com o uso da sabedoria intuitiva.
Há pessoas que acreditam não ter talento artístico, ou que a meditação é uma arte exclusiva de seres superiores. Isso acontece porque elas não tiveram acesso ao seu lado direito do cérebro, e não abriram seu portal da criatividade. Todos estamos mais próximos do que imaginamos dos geniais mestres da arte e da meditação. As meditações aliadas ao potencial criativo proporcionam, ao mais normal dos seres, o contato com essas aptidões. O desenvolvimento do hemisfério direito evidencia que qualquer pessoa comum pode desenvolver talentos artísticos e se aproximar da visão meditativa.
A meditação, em um primeiro momento, desloca o centro da percepção e da elaboração da realidade para o hemisfério direito, deixando-nos imediatamente mais intuitivos e emotivos. Com a continuação do processo, integramos os dois hemisférios, e nossas palavras passam a exprimir os sentimentos mais genuínos, deixando de funcionar como barreira protetora de nossas emoções.
Os métodos de meditação ligados à arte nos levam perceber o mundo com a visão diferenciada do artista. Essa aliança cria uma situação utópica, que estimula a pessoa a desenvolver seus potenciais adormecidos e ao mesmo tempo aprimorar a percepção, levando-a a enxergar o que há de extraordinário em cada momento da vida. Essas vivências revelam o fruir da meditação, não apenas quando se está sentado em posição estática, elas evidenciam o meditar como forma de celebrar a vida sem a interferência da mente e em atividades dinâmicas.
Os exercícios de criatividade aliados a técnicas de meditação tornam o caminho do autoconhecimento mais fluídico, fácil e estimulante. Neles, pode-se experimentar um estado de vacuidade mental e o contato direto com a própria fonte da inteligência criativa. Quando isso acontece, um novo tipo de presença se instala na pessoa. Essas vivências a tornam mais lúcida e capaz de lidar com os desafios do dia a dia; a criatividade vira sinônimo de consciência e liberdade e franqueia o ingresso para os estados últimos da meditação.

O TEATRO RITUAL SAGRADO DE ARTAUD

27/02/2009
PEDRO TORNAGHI

Talvez a arte seja capaz de nos aproximar mais da espiritualidade do que a filosofia. Afinal de contas, ela pode prescindir da palavra para expressar suas verdades e apresentar significados. Ela apresenta significado por tocar os sinos do coração da pessoa, diretamente. A grande arte é aquela que cria uma sincronicidade entre a pessoa e o seu self. Aquela que reverbera na alma, como o copo sobre o piano vibra ao tocar de uma determinada nota. A arte é capaz de acordar, por caminhos sutis e surpreendentes o que temos de mais valioso dentro de nós mesmos, passando por cima de dificuldades que parecem intransponíveis, revelando possibilidades não imaginadas e abrindo o caminho para um universo repleto de poesia, cores e música.
Quando voltada para a meditação, a arte pode nos levar ainda mais diretamente à exploração de nossos espaços subjetivos. Sua capacidade de revelar nosso pulsar interno se torna aliada a uma visão diferenciada, que olha sem a mente comum, que olha de um espaço extraordinário, livre dos medos, angústias e ansiedades do olhar comum.
Pela meditação pode-se ouvir com outros ouvidos a música, enxergar com outros olhos uma pintura, assistir de outro ângulo uma peça teatral e perceber numa dança, o caminho para uma celebração interna sem limites. A meditação transforma toda e qualquer arte em uma experiência de comunhão com a sua fragrância mais íntima. E mais desconhecida até então.
Antonin Artaud, talvez o mais intenso e importante ator da história recente das artes cênicas, dedicou sua vida à investigação do teatro e das possibilidades do ser humano.
Artaud empreendeu uma severa autocrítica da cultura ocidental e apontou caminhos e questionamentos que levaram a repensar a cena moderna e os processos de comunicação. Para isso, ele mergulhou em um profundo processo de investigação de um Teatro Ritual Sagrado, que resgatasse o sentido das artes cênicas e aproximasse o ator da espiritualidade. Suas pesquisas incluíram viagens ao México onde se serviu de tradições indígenas de uso do Ahuasca, com o qual ele procurou desconstruir a cultura ocidental dentro de si para redescobrir sua essência, sua parte mais legítima, a parte não implantada nele pela cultura.
Artaud imprimiu uma dimensão existencial no ofício do ator, mas, sua obra foi mais além, se aventurando a questionar o sentido do ser humano e da existência como um todo. Ele usou o teatro como forma de engajamento num processo radical de reconstrução de si.
É sabido que os radicais sempre exercem o fascínio cego em uns e a resistência desconfiada em outros. Essa dupla reação, de parte a parte, dificulta entender e aproveitar o que de fato essas pessoas, que são o sal da Terra, deixam como contribuição essencial para nós, simples e curiosos humanos, mas com direito de nascença à felicidade e à realização.
Artaud via o corpo como vibração e buscava um estado onde se pudesse perceber todo o universo como vibração. Me pergunto o que teria acontecido se ele tivesse conhecido mestres de Meditação como Satyananda Saraswati que falavam a mesma coisa, mas tinham em mãos instrumentos de meditação que permitiam experimentar isso como um caminho pacífico para a auto-realização. Porém, me pergunto também como seria Satyananda Saraswati se conhecesse a verve inquieta e criativa de Artaud. Talvez aí pudéssemos ter um homem completo, com direito à calma e beatitude profundas da meditação oriental e a riqueza dos delírios criativos e reflexões estéticas de Artaud. Talvez aí conhecêssemos o personagem criado por Osho, o Zorba the Buda, um homem ideal, com o espírito celebrativo e lúdico de um Zorba e a sabedoria e calma de um Buda, talvez aí pudéssemos experimentar o estado de plenitude que tantos sonham existir por trás dos véus de incerteza da vida.
Aliar técnicas de meditação às propostas investigativas do corpo-vibração de Artaud é pavimentar o caminho para uma vida intensa e sábia, colorida e interessante, recheada de experiências instigantes, mas que desembocam na harmonia. Talvez a meditação possa dar a resposta às inquietudes de Artaud, e leva-lo a experimentar o som sem som, a cor fugidia e a plena e a resolução estética e existencial de todos os seus conflitos. Por outro lado, o ?Teatro Ritual Sagrado? oferece meios para se testar a verdade da consciência alcançada pela meditação, oferece meios para que o meditante perceba seus pontos cegos com maior rapidez, perceba aqueles pontos cruciais de resistência que insistem em permanecer obstruindo seu crescimento e consciência em anos de meditação silenciosa.
Unir os dois, parece ser o melhor caminho. E, por quê não?

UMA AVENTURA CATIVANTE

28/01/2009
PEDRO TORNAGHI

Uma pessoa meditativa é uma pessoa criativa. A meditação a leva ao contato com a fonte da inteligência criativa, assim a criatividade é quase um efeito colateral do costume de meditar. Se a pessoa não estiver se tornando criativa, é hora de desconfiar se ela está realmente meditando ou achando que o faz.
O que poucos sabem é que o caminho oposto também pode ser trilhado. É possível, pelo exercício da criatividade, chegar à meditação. E esse é um caminho onde o autoconhecimento torna-se uma aventura cativante e estimulante, recheada de colorido e emoção.
Artistas ocidentais sempre foram os que mais se aproximaram em nossa cultura da experiência meditativa tal qual conhecida pelos orientais. E a razão é muito simples: quando nos aproximamos de nosso centro criador, nos aproximamos de nosso ser mais essencial; quando exercitamos nossas habilidades criativas, vemos passar por nossas mãos a própria essência da espiritualidade, vemos presente em nossos gestos o que há de mais especial e divino em nós.
Workshops de teatro, música e pintura têm, desde sempre, servido para aproximar as pessoas de sua essência. Têm colocado-as em processo de revelação de suas capacidades mais íntimas. E, não são poucos os artistas que ao longo do tempo têm se aproveitado das técnicas e da concepção oriental de meditação para atingir seus objetivos em sua criação.
Exercícios de criatividade quando direcionados para o desenvolvimento do ser humano, se vinculados aos propósitos e às técnicas de meditação, podem nos revelar uma nova miríade de possibilidades, um novo mundo, que talvez, sempre tenha sido o nosso mundo. Ou no mínimo, um mundo muito mais digno e interessante, um mundo onde não seremos mais marionetes de sonhos alheios, ou de sonhos menores que a nossa própria natureza.
Mas para isso é necessário ousar.
Há uma parte da vida que fica sempre reservada para os que ousam. E, às vezes, não é ousar muito. Apenas ousar o experimento em vez da confirmação de nossas crenças já existentes, ousar sair da zona de conforto e do já conhecido, para nos entregarmos à investigação de quem somos nós. De quem éramos antes de nos tornarmos reféns de sonhos e hábitos de menor significação. Aceitar o convite que a vida nos faz, de sermos mais. De sermos o que podemos nos tornar a ser. De desenvolver nossos potencias. E por que não?
São tantas as potencialidades enterradas no limbo do esquecimento cotidiano... e muitas vezes nos esquecemos mesmo de perguntar: em nome de quê? Em nome de quem? Certamente, se há algum beneficiado de nos esquecermos de nossa natureza, não somos nós.
Mas, a vida é bela. E sempre nos dá uma nova chance de reorientarmos o rumo de nossa travessia. De voltarmos nossa atividade em prol do criativo. Em prol de desenvolvermos a semente que somos e que ainda não chegamos a saber totalmente de quê.
Isso pode ser feito quando a pessoa quiser.
A arte sempre teve o dom de descontrair e renovar a pessoa. E de tornar a vida um exercício lúdico de celebração em vez de um conjunto de obrigações burocráticas. E o exercício da meditação ligado à arte foi capaz de revelar algumas das inteligências mais instigantes de nossa história. Inteligências que talvez permanecessem desapercebidas se não fossem estimuladas, se não fosse criado o ambiente propício para sua evolução.
As diferentes artes nos presenteiam diariamente com um legado de oportunidades e perspectivas que podem dotar nossa vida de significado e interesse. Presente esse que raros abrem. Talvez por desconhecimento, talvez por inibição, talvez... não importa. O que importa é saber que ele continua aí. E que talvez valha à pena usufruir dele.
As meditações ligadas ao teatro por exemplo, ajudam a pessoa a se despir de seus personagens habituais e descobrir sua própria linguagem. As de música proporcionam o encontro da ressonância interior e do silêncio, pai de todas as criações. As de dança permitem uma sincronia com o pulsar interno. As de pintura revelam imagens internas, trazendo um entendimento mais profundo das dinâmicas de nossa subjetividade.
Todas elas reunidas, levam a pessoa ao ?ponto zero?, expandindo a sensibilidade e a inspiração de forma progressiva e desenvolvendo sua intuição e originalidade. Mais do que desenvolver habilidades artísticas, elas possibilitam usar o momento da criação como porta para a pessoa conhecer a si mesma.

MAPEAMENTO RESPIRATÓRIO : 10 dicas para mudar a sua vida reaprendendo a respirar

12/12/2008
PEDRO TORNAGHI

A respiração possui um mapeamento desconhecido para a grande maioria das pessoas.
A parte alta do pulmão está para o futuro, como a mediana para o presente e a baixa para o passado. O lado esquerdo está para a emoção e a intuição como o direito para a razão. Assim por exemplo, abrindo e oxigenando melhor a parte alta esquerda do pulmão, conseguimos planejar melhor o futuro, e ventilando generosamente a região direita alta, estimulamos os centros nervosos responsáveis pela concretização de projetos.
É possível, através da respiração, conhecendo o seu mapeamento, fazer uma revisão no que consideramos impróprio em nosso comportamento e em nossa condição interna emocional e psicológica, apenas estimulando certas regiões da respiração.
Na terapia da respiração se trabalha com 84 ritmos respiratórios aliados a esse mapeamento do pulmão e, num processo de reeducação progressiva da respiração, aprende-se a transformar ansiedade em calma, raiva em alegria, tristeza em calma, sentimentos destrutivos em construtivos.
Abaixo, vão 10 dicas extraídas da Terapia da Respiração:
1) Deite-se confortavelmente, com as mãos sobre o diafragma e inspire por seis vezes, deixando o ar descer para a parte baixa do pulmão, a barriga crescendo quando o ar entra e diminuindo quando o ar sai.
Em seguida, por mais seis respirações, leve as mãos sobre as costelas e, após constatar que o ar chega à parte baixa da respiração, deixe que ele expanda o espaço entre as costelas, ampliando a respiração intervertebral
Por mais seis respirações, inspire enchendo num primeiro momento a parte baixa do pulmão, em seguida deixe a respiração intercostal se expandir, e por último deixe o ar ocupar, dentro do possível sem esforço, a parte alta dos pulmões, enquanto você levanta ligeiramente os ombros. Na expiração, comece a esvaziar o pulmão primeiro pela parte baixa, depois, a região intercostal e por último a região alta do pulmão.
Esse primeiro exercício é preparatório.
2) Agora, uma respiração para quando você estiver precisando tomar decisões rápidas na vida. Essa respiração tem uma capacidade de limpeza de radicais livres, além de diminuir a dispersão e aumentar o reflexo da percepção. É um ritmo respiratório de grande capacidade de vitalização.
Nesse exercício, toda a ênfase é dada à expiração, que deve acontecer de uma vez só e pelo nariz, A inspiração será no ritmo natural do corpo.
Fique de pé, com os cotovelos flexionados. Inspire sem pressa, levantando lateralmente os dois cotovelos e expire energicamente, expulsando o ar de uma só vez. Faça o exercício continuamente por três minutos.
Se você for fizer todos os dias, poderá depois de quatro dias, aumentar um minuto a cada dois dias, até chegar a dez minutos diários.
3) Esta respiração, calmante, tem a intenção de devolver o reflexo espontâneo do diafragma. Ela é excelente para asmáticos, mas também, para pessoas excessivamente controladas, que gostariam de ser mais espontâneas e relaxadas.
O ritmo será o oposto da anterior:
Expire o mais lentamente que puder, e depois, deixe o ar entrar em seu ritmo espontâneo e natural. Se ao final da expiração você ainda perceber algum ar inerte na parte baixa dos pulmões, acabe de exauri-lo sem pressa, antes de voltar a inspirar. Você pode praticá-la de cinco a vinte minutos por dia.
4) Essa dica agora vale para pessoas que sofrem de insegurança excessiva. Serve também para quando você precisar fazer uma entrevista de emprego e ficar apreensivo na sala de espera por não saber o que encontrará pela frente.
Pode ser feita em qualquer local, silenciosamente, e até andando, mas não exagere. Pratique-a no máximo dez minutos por dia, ou você correrá o perigo de se transformar numa pessoa excessivamente controlada.
Inspire por quatro segundos, prenda por dezesseis, e solte o ar em oito.
5) Essa respiração vale para se você estiver querendo ter mais prazer sensorial naquilo que faz
Inspire pela boca, com ela bem aberta. Na expiração, também pela boca, deixe uma saída mínima de ar por entre os lábios enquanto estufa as bochechas para fora. O ar deve sair com muita pressão, enquanto você deixa toda sua energia vir para a periferia do corpo. Recomenda-se fazer cinco minutos pela manhã e cinco pela noite.
6) Agora uma respiração calmante, indicada para casos de insônia:
Deixe os olhos voltados para uma luz azul, seja uma lâmpada azul ou com uma gelatina azul à frente de uma lâmpada comum (lâmpada de quinze watts)
Inspire pelo nariz enquanto imagina a luz entrando até o centro de seu crânio, expire pela boca enquanto traz a luz azul toda para a testa. Faça por cinco minutos a cada dia, antes de dormir.
7) Outra respiração calmante, também indicada para casos de insônia, mas também muito boa para preparar-se para a meditação:
Essa respiração é particularmente preparatória para os métodos de recuperação da visão através de meditação.
Sente-se frente a uma vela. Na inspiração abra os olhos com o mínimo de esforço possível. É como se as pestanas fossem varrendo o ar à sua frente e com isso, levando as pálpebras consigo. Na expiração, feche os olhos e leve a atenção pra a região localizada sete dedos abaixo do seu umbigo. Imagine um buraco negro aí, que absorve e consome toda sua energia.
A inspiração pode ser natural, e a expiração lenta. Esta pode ser feita de sete a vinte minutos por dia, de preferência, à noite.
8) Essa respiração é preparatória para o processo de recuperação de acuidade da audição pela meditação;
Inspire pelo nariz, com as duas palmas das mãos fechando os dois ouvidos (sem muita pressão). Expire pela boca, com as duas mãos destapando os ouvidos e fazendo um movimento circular, que começa com os dedos das duas mãos, espalhados, se encontrando atrás da cabeça, avançando por cima dela até chegarem à testa com as palmas nas têmporas. Em seguida, as palmas voltam a ficarem sobre os ouvidos por nova inspiração. Faça por três a cinco minutos por dia.
9) Esta é uma respiração de limpeza emocional, indicada para quem passou por rompimentos afetivos recentes,
De pé, com os pés paralelos, com um espaço de dois palmos e meio entre eles. Os braços esticados para frente com as mãos espalmadas, voltadas para frente.
Inspire enquanto arqueia o corpo, o peito indo para frente e a cabeça para trás. Os dois braços vêm vindo até os lados do peito, como se seu corpo fosse um arco, e seus braços estivessem puxando uma flecha. Quando o pulmão estiver totalmente cheio, deixe o ar sair de uma só vez, como se fosse uma descompressão de ar comprimido, enquanto os braços se atiram à frente e o arco se desfaz, como se a flecha tivesse sido atirada. Faça por três a dez minutos por dia.
10) Esta última respiração é um complemento da anterior, também trata de limpeza emocional, mas atinge camadas mais profundas, que foram removidas pela anterior, e agora serão removidas. Ela é indicada não apenas para quem passou por rompimentos afetivos recentes, mas também por perdas emocionais de qualquer tipo, como mortes de entes queridos, uma vez que ajuda a dissolver a raiz do trauma e a digerir a experiência, eliminando fantasmas.
Ela também é ótima na função de antioxidante, ajudando a eliminar impurezas inertes nas células e em todos os tecidos da região abdominal.
Este exercício pode ser feito de pé ou deitado, com os dois pés plantados no chão.
Inspire profundamente e exale todo o ar. Prenda a respiração com o pulmão vazio e, enquanto está sem ar, puxe e solte repetidas vezes o baixo abdômen para dentro. Quando não agüentar mais ficar sem ar, segure a respiração presa por mais dois minutos ainda, e, volte a inspirar novamente.
È indicado começar-se com dois minutos diários, e você poderá aumentar um a cada dois dias até chegar a oito minutos por dia.
Serviço: A Terapia da Respiração é um método de reeducação respiratória desenvolvido por Pedro Tornaghi que alia antigas técnicas orientais recolhidas por ele em cursos de formação na Índia, Inglaterra e França com 33 anos de pesquisas pessoais e experimentos com grupos e consultas individuais.
Constituída de seqüências de movimentos e ritmos respiratórios que dissolvem tensões na musculatura profunda e desbloqueiam e reabilitam a respiração, os benefícios da terapia se dividem entre físicos, emocionais, mentais e espirituais.